Redes sociais e autoestima: criando limites saudáveis
- Laura Helena Martins
- 21 de ago.
- 2 min de leitura
O impacto silencioso das redes sociais
As redes sociais se tornaram parte inseparável da vida moderna. Para muitos adultos, elas são espaço de informação, lazer e até inspiração. Mas ao mesmo tempo em que aproximam, também podem gerar comparações constantes, sensação de inadequação e baixa autoestima. É nesse ponto que precisamos refletir: qual é o lugar que as redes sociais ocupam na nossa vida emocional?
Redes sociais e autoestima: quando a comparação domina
Nas redes sociais, muitas vezes buscamos inspiração, companhia e até motivação para mudanças. Mas, o que começa como uma fonte de estímulo pode se transformar em armadilha quando passamos a medir nosso valor a partir da vida “perfeita” que vemos na tela. A comparação constante mina a autoestima, gerando insegurança e um sentimento de inadequação.
Na fenomenologia existencial, entende-se que a forma como nos relacionamos com o mundo é sempre atravessada pelo olhar do outro. Nas redes, esse olhar é amplificado, ganhando curtidas, comentários e seguidores. Mas será que estamos vivendo nossa própria existência ou apenas tentando caber no olhar do outro?
A busca pelo olhar do outro
Heidegger, ao falar sobre a técnica, nos lembra que ela não é apenas um conjunto de ferramentas, mas uma forma de revelar e organizar o mundo. Nas redes sociais, a técnica molda a forma como vemos e somos vistos: os algoritmos determinam o que aparece, os filtros embelezam, as métricas transformam relações em números.
Nesse contexto, o olhar do outro passa a ser mediado por uma lógica técnica que nos empurra para a exposição e para a comparação. O risco é deixarmos de nos relacionar com a nossa própria experiência de modo autêntico, passando a existir principalmente em função de como somos apresentados e validados no ambiente digital.
A psicoterapia ajuda a refletir sobre esse movimento: como equilibrar a presença nas redes sem perder de vista a singularidade do ser que você é, antes de qualquer mediação técnica?

Construindo limites saudáveis
Criar limites saudáveis não significa excluir-se do mundo digital, mas sim aprender a usá-lo de modo consciente. Isso envolve:
Observar o impacto emocional após o uso das redes.
Diferenciar inspiração de comparação — o que realmente lhe agrega?
Perguntar-se sobre a autenticidade: você posta para se expressar ou para ser aprovado?
Respeitar o tempo offline, resgatando experiências no mundo real.
Esses movimentos permitem resgatar a autoestima não a partir do olhar externo, mas de uma vivência mais fiel a si mesmo.
Reflexões para levar consigo
O quanto sua autoestima hoje depende do olhar dos outros?
Você sente que as redes sociais ampliam ou reduzem seu senso de autenticidade?
Quais limites você poderia criar para que o uso das redes não comprometa sua relação consigo mesmo?
A psicoterapia fenomenológica existencial pode ser um espaço de apoio para repensar essas questões. Ela não busca oferecer respostas prontas, mas abrir espaço para que você se reconheça como sujeito ativo, capaz de se relacionar de forma mais autêntica consigo e com os outros.



