Terapia para mulheres: autoestima, clareza e alívio
- Laura Helena Martins
- 20 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 31 de jul.
Psicoterapia para mulheres: quando tudo pesa e você busca clareza
Você acha que tem que dar conta de tudo — trabalho, relações, cobranças internas, corpo, vida profissional — mas, por dentro, algo segue pesado? Talvez venha uma ansiedade silenciosa, uma insegurança constante ou até uma dúvida sobre quem você realmente é hoje.
Muitas mulheres chegam à terapia com essa sensação: querem se sentir mais confiantes, menos exaustas, mais presentes. Querem entender por que continuam se cobrando tanto e o que podem fazer para se sentirem mais conectadas consigo mesmas.
Neste texto, vamos refletir sobre como a psicoterapia pode beneficiar as mulheres, com o apoio de Simone de Beauvoir, Conceição Evaristo e da fenomenologia-existencial, que olha para a dor de forma profunda, respeitosa e libertadora.
Ser mulher: entre expectativas externas e silêncios internos
Simone de Beauvoir afirmou que “não se nasce mulher, torna-se”. Essa frase potente revela o quanto a experiência feminina é construída a partir de padrões, imposições e papéis sociais. A mulher que você é hoje talvez tenha sido moldada mais pelo que foi esperado de você do que por aquilo que você verdadeiramente desejava.
Conceição Evaristo, por sua vez, fala da escrevivência — um modo de narrar a experiência feminina a partir da vivência e da dor.
Ela nos lembra que, para muitas mulheres, a existência é marcada por luta silenciosa. E é justamente nesse silêncio onde muitas vezes se esconde o sofrimento psicológico.
A psicoterapia, nesse contexto, é mais do que uma escuta técnica. É uma escuta histórica, subjetiva e política. Um espaço onde você pode se ouvir — talvez pela primeira vez — sem ter que se justificar.
Ansiedade, insegurança e cansaço emocional: sintomas de uma vida sobrecarregada
É comum que mulheres tenham um sentimento de inadequação, como se você estivesse constantemente falhando em ser quem “deveria”.
Alguns sinais comuns:
Dificuldade para relaxar, mesmo com tempo livre;
Sensação constante de estar para trás ou em dívida com algo;
Medo de ser julgada, rejeitada ou abandonada;
Exaustão emocional, mesmo sem saber exatamente o motivo.
Esse mal-estar não é individual. Ele é atravessado por questões sociais e culturais e merece ser escutado com cuidado.

Fenomenologia-existencial: compreender sem rotular
Na perspectiva fenomenológico-existencial, a dor emocional é compreendida a partir da sua experiência vivida, e não como um diagnóstico fixo. Não se trata de encaixar você em uma categoria, mas de olhar com profundidade para o que está acontecendo agora na sua vida, na sua história, no seu corpo.
Essa abordagem respeita a singularidade da sua existência. Ela não propõe soluções prontas, mas convida à reflexão: o que está pedindo cuidado em você neste momento?
Psicoterapia: um lugar para se escutar com menos julgamento
Muitas mulheres foram ensinadas a cuidar dos outros, mas não aprenderam a cuidar de si. A psicoterapia pode ser o primeiro espaço onde você se autoriza a ser ouvida, sem ter que ser forte o tempo todo, sem precisar “dar conta”.
Na terapia, é possível:
Trabalhar a ansiedade sem precisar sufocá-la;
Reduzir a autocrítica e construir uma autoestima mais real;
Refletir sobre o que você quer para sua vida (e não apenas o que esperam);
Reaprender a descansar, sentir e escolher com liberdade.
Você não precisa estar no limite para começar a cuidar de si
A psicoterapia não é apenas para momentos de crise aguda. Ela também é um espaço de prevenção, fortalecimento e reconexão. Um lugar onde você pode relembrar que sua existência não precisa girar em torno da cobrança e da culpa.
Se você sente que está vivendo no automático, tentando agradar, tentando sustentar tudo — talvez seja hora de escutar o que você tem silenciado em si mesma. A psicoterapia pode ser esse primeiro passo.