Autocuidado e autoestima: o caminho para um eu mais saudável
- Laura Helena Martins
- 7 de ago.
- 3 min de leitura
Autocuidado e autoestima saudável: um diálogo sobre estar presente para si
Você já parou para pensar o que realmente significa cuidar de si mesmo?Não falo só do básico — dormir bem, alimentar-se, se exercitar — embora tudo isso importe muito. Falo de algo mais profundo: estar atento a quem você é, ao que sente, e acolher isso sem pressa ou julgamento.
Na perspectiva da fenomenologia-existencial, o autocuidado é compreendido como uma prática que envolve a consciência plena da própria existência, ou seja, um cuidado que não se limita apenas às ações físicas, mas que inclui o reconhecimento da singularidade do ser no mundo.
Segundo estudos encontrados na literatura acadêmica, o autocuidado nessa abordagem implica um retorno intencional para si mesmo, permitindo que o indivíduo se conecte com suas experiências, emoções e escolhas de maneira autêntica e consciente (Oliveira et al., 2018; Souza & Silva, 2020). Assim, o autocuidado é visto como um modo de “estar consigo”, que promove a integração do corpo, mente e mundo vivido, possibilitando o encontro genuíno com a própria existência.
Autoestima saudável: não é só gostar de si, é se reconhecer inteiro
Muita gente pensa que autoestima saudável é “se amar incondicionalmente” ou “se achar perfeito”. Mas será que é isso mesmo? Na perspectiva fenomenológica, autoestima saudável é mais sobre reconhecer todas as partes de si — as que gostamos e as que doem — e ainda assim continuar presente.
Você já sentiu que, em momentos difíceis, se julgou demais? Que faltou aquela voz interna que dissesse: “Está tudo bem sentir isso”? Isso mostra como falta autocuidado, porque autocuidado é justamente dar espaço para essa escuta, para essa aceitação.
O autocuidado e autoestima como prática existencial: estar consciente de si no mundo
Quando a gente pratica o autocuidado como uma escolha, não é algo superficial ou ocasional. É um compromisso de estar consciente da nossa existência — com seus altos e baixos, certezas e dúvidas.
E esse cuidado com o eu é um antídoto para o desgaste das pressões externas, da comparação, da aceleração constante. É no autocuidado que a autoestima saudável pode crescer com raízes fortes, porque nasce de uma experiência real, vivida no corpo e na consciência.

E como começar esse diálogo consigo mesmo?
Talvez o mais importante seja lembrar que o autocuidado não é um destino, mas um caminho. Um convite diário para parar, ouvir o que você sente e agir em respeito a isso.
Pode ser simples, no começo: uma pausa para respirar, dizer não quando precisa, reconhecer um limite, ou buscar ajuda quando o peso está grande demais.
Se sentir que isso soa difícil, saiba que a psicoterapia pode ser um espaço para aprender a cultivar esse autocuidado — não como mais uma tarefa, mas como um encontro acolhedor consigo mesmo.
Como começar o autocuidado: passos para um encontro verdadeiro consigo mesmo
Iniciar o autocuidado, segundo a fenomenologia existencial, não é uma tarefa simples nem rápida — é um convite para estar presente em sua própria vida, respeitando seu ritmo e singularidade. Aqui vão alguns passos que podem ajudar nesse caminho:
Observe suas sensações e emoções sem julgamento.Reserve momentos para perceber o que seu corpo e sua mente estão dizendo. O autocuidado começa quando você se permite sentir, sem tentar fugir ou minimizar.
Questione suas rotinas e escolhas.Reflita sobre o que você faz diariamente: essas ações estão alinhadas com quem você é e com o que deseja? Essa consciência é fundamental para que o cuidado seja autêntico.
Respeite seus limites e reconheça suas necessidades.Aceitar que você tem limites é parte essencial do autocuidado. Identifique o que o seu corpo e sua mente pedem — seja descanso, silêncio ou apoio — e dê espaço para essas demandas.
Pratique a presença no momento atual.O autocuidado exige atenção ao agora, permitindo que você viva sua experiência concreta, sem se perder em preocupações passadas ou futuras.
Busque apoio quando necessário.Reconhecer que não precisa caminhar sozinho é um ato de coragem. A psicoterapia pode ser um espaço seguro para aprofundar esse contato consigo mesmo e fortalecer sua autoestima.
Cuidar de si mesmo é um ato profundo de respeito e amor pela própria existência. É reconhecer que você merece atenção, acolhimento e presença — não apenas nas conquistas, mas também nas dificuldades e dúvidas.
Se sentir que iniciar esse caminho sozinho é desafiador, saiba que a psicoterapia pode ser um espaço seguro para você se reconectar, entender suas necessidades e fortalecer sua autoestima de forma verdadeira e duradoura.