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Culpa excessiva: o que Kierkegaard pode nos ensinar

  • Foto do escritor: Laura Helena Martins
    Laura Helena Martins
  • 8 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de jul.



Por que você sempre se culpa? Kierkegaard e o peso da consciência

Sentir culpa é natural — é parte da nossa consciência moral, um sinal de que reconhecemos erros e queremos reparar. Mas e quando a culpa aparece o tempo todo, mesmo sem um motivo claro? Quando você se culpa por coisas que já passaram, ou por situações que nem são sua responsabilidade?

Esse padrão de culpa excessiva pode se tornar uma prisão emocional. Muitas vezes, quem vive assim está tentando corresponder a expectativas impossíveis — de perfeição, de controle ou de agradar a todos. E, nessa tentativa, se culpa por nunca ser “o suficiente”.

Essa experiência não é incomum e, mais importante: ela tem um nome, uma história e, sim, tem saída. Vamos refletir sobre isso a partir da filosofia existencial de Søren Kierkegaard, que nos ajuda a entender por que a culpa excessiva pode estar mais ligada à nossa relação com a própria identidade do que com os outros ao nosso redor.


Culpa excessiva: quando a responsabilidade vira autocondenação

Culpa e responsabilidade são diferentes. A culpa excessiva surge quando deixamos de reconhecer isso. Enquanto a responsabilidade nos ajuda a crescer, a culpa crônica nos paralisa.


Você pode estar vivendo nesse ciclo se:

  • Pede desculpas constantemente, mesmo sem necessidade;

  • Assume problemas alheios como se fossem seus;

  • Se cobra por sentimentos, pensamentos ou decisões do passado;

  • Sente-se culpado até por descansar ou dizer “não”.


Essa autocondenação não nasce do nada. Muitas vezes, está enraizada em vivências precoces — como crescer em ambientes exigentes, emocionalmente negligentes ou com pouco espaço para falhas. O resultado é uma autoimagem marcada pela ideia de que errar é imperdoável, e que você precisa “consertar” tudo o tempo todo para ser digno de amor ou respeito.


Culpa excessiva: o que Kierkegaard pode nos ensinar

Søren Kierkegaard, filósofo dinamarquês, falava sobre o “desespero de ser o que se é”. Para ele, esse desespero nasce quando negamos nossa liberdade de ser — quando tentamos nos moldar ao que o mundo espera, em vez de assumir quem realmente somos.

A culpa, nesse contexto, se torna um reflexo da nossa tentativa frustrada de escapar da angústia existencial. É como se estivéssemos constantemente tentando ser alguém melhor, mais correto, mais aceitável — mas sempre falhando nessa missão impossível. E cada "falha" vira mais um motivo para se culpar.

Olhar para essa angústia é o primeiro passo para se aproximar de si mesmo com autenticidade. Reconhecer a própria liberdade — inclusive a liberdade de errar, mudar e recomeçar — é essencial para sair do ciclo de culpa.


Começar a terapia pode ser o primeiro passo para sair desse ciclo

Você não precisa carregar esse peso sozinho. Sentir culpa com frequência não significa que algo está “errado” com você — mas sim que há uma dor antiga que merece ser escutada.


A psicoterapia é um espaço seguro para investigar esse sentimento. Com o apoio de um profissional, você pode entender:

  • De onde vem essa culpa que te acompanha;

  • O que você está tentando proteger ao se culpar;

  • Como transformar essa autocrítica em autocompreensão.


Se este texto tocou algo em você, talvez seja hora de iniciar esse processo. A culpa pode estar dizendo: “olhe para você com mais compaixão”. E a terapia pode ser o espaço para começar.



 
 

contato: 55 21 99xxxxxx

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Laura Helena Souza Martins 
Psicóloga- CRP 05/72230

Rio de Janeiro, RJ
Whatsapp: (21) 97087-2002
psilaurahelenasm@gmail.com



 
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