Dependência digital: como retomar o controle da sua vida
- Laura Helena Martins
- há 37 minutos
- 2 min de leitura
O excesso invisível
Hoje, o celular é despertador, agenda, fonte de informação, entretenimento e companhia constante. A internet e os aplicativos fazem parte da rotina de milhões de adultos, mas para muitos o uso se transforma em algo maior: uma sensação de não conseguir parar, mesmo quando há consciência de que o excesso traz prejuízos. Esse fenômeno é conhecido como dependência digital, e merece atenção.
Dependência digital: o prazer imediato que aprisiona
As pessoas recorrem à internet para se distrair, buscar prazer rápido, aliviar a solidão ou encontrar apoio emocional. Porém, esse hábito repetido pode gerar um ciclo de dependência: quanto mais usamos, mais difícil se torna desconectar. Isso impacta a concentração, o sono, os relacionamentos e a autoestima.
A psicoterapia ajuda a refletir: o que realmente buscamos na tela? O que evitamos ao permanecer sempre conectados?
Marcuse e a sociedade unidimensional
Herbert Marcuse, filósofo da Escola de Frankfurt, analisou como a sociedade moderna cria formas sutis de controle através do consumo e da tecnologia. Segundo ele, vivemos em uma “sociedade unidimensional”, onde desejos e necessidades muitas vezes são moldados pelo sistema, e não surgem da nossa autenticidade.
A dependência digital pode ser vista nesse mesmo movimento: aplicativos são projetados para manter a atenção, oferecendo pequenas doses de prazer imediato, mas ao mesmo tempo esvaziando o espaço da reflexão e da liberdade de escolha. Em vez de usarmos a tecnologia, passamos a ser usados por ela.

Dependência digital: como reconhecer e estabelecer limites
Construir uma relação mais saudável com a tecnologia não significa abandoná-la, mas reconhecer seus efeitos e criar limites. Algumas estratégias incluem:
Definir horários específicos para uso de redes sociais e aplicativos.
Observar quais sentimentos aparecem quando você fica offline.
Identificar quais momentos de solidão ou ansiedade levam ao uso automático do celular.
Trocar parte do tempo de tela por atividades que tragam prazer concreto, como esportes, leitura ou conversas presenciais.
Para refletir
Você sente que está no controle do seu tempo online ou a internet controla você?
De quais sentimentos ou situações você pode estar tentando fugir quando recorre ao celular?
O que poderia mudar se parte desse tempo fosse direcionado para outras áreas da vida?